23 de abril de 2012

Sono

               ...
Há um som de abrir uma janela,
Viro indiferente a cabeça para a esquerda
Por sobre o ombro que a sente,
Olho pela janela entreaberta:
A rapariga do segundo andar defronte 
Debruça-se com os olhos azuis á procura de alguém.
De quem?
Pergunta a minha indiferença. 
E tudo isso é sono.

Meu Deus, tanto sono!


Álvaro de Campos

Para minha pessoa



De ti eu me embriaguei,
me apaixonei, me afastei.
Da tua boca eu provei,
doce veneno,
doce desejo.
Dou-me agora a ti,
sem medo.
Desapego,
de tudo que te afastei.
Apego,
á tudo que libertas
nossa almas,
une nossos corpos.

 Anderson Sali